Seguidores

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Bactéria causadora de gastrite é resistente ao tratamento com antibióticos



Estudo analisou quatro mil amostras de tecido estomacal de pessoas com a bactéria "H. pylori" e concluiu que o microrganismo resiste aos três medicamentos mais usados 

bactéria causadora de doenças como a gastrite, a úlcera péptica e o câncer de estômago se mostrou resistente aos três principais antibióticos usados no tratamento da infecção, segundo estudo realizado pela Universidade do País Basco, na Espanha. Chamada de Helicobacter pylori, ou apenas H. pylori, a bactéria é conhecida por se fixar na mucosa gástrica e sobrevive no estômago humano indefinidamente, a menos que seja tratada.

No estudo, os pesquisadores analisaram os três principais medicamentos usados contra a H. pylori, e perceberam uma resistência contra todos – de 20% a 30% em média, índice considerado muito alto e que preocupa os especialistas. Essa alta resistência, segundo a pesquisa, estaria associada ao uso indiscriminado e, muitas vezes indevido, dos antibióticos. São eles: metronidazol, levofloxacina e claritromicina.

Para chegar a esses resultados, foram analisadas mais de 4 mil amostras de tecido estomacal dos pacientes que tinham a bactéria, retiradas a partir de biópsia. Neles, foram identificadas resistência de 20% contra a levofloxacina, 25% contra a claritromicina e 30% contra o metronidazol. Além da Espanha, o estudo envolveu outros países da Europa, como Itália, França e Noruega, e os resultados foram publicados no periódico científico Antibiotics.

 

Realidade brasileira

O Brasil segue o padrão internacional de tratamento com o uso desses três antibióticos, mas não atingiu os níveis de resistência observados no estudo, de acordo com Décio Chinzon, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e professor assistente da disciplina de gastroenterologia clínica da Faculdade de Medicina da USP.

“Ainda não chegamos ao ponto de o uso desses remédios se tornar proibitivo, como aponta esse estudo. Esses níveis de resistência são extremamente preocupantes. Pelo nosso consenso, se houver resistência acima de 15%, já é recomendado trocar o antibiótico”, afirma.

FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/



 

Nenhum comentário: