Estudo analisou quatro mil amostras de tecido estomacal de pessoas com a bactéria "H. pylori" e concluiu que o microrganismo resiste aos três medicamentos mais usados
A bactéria causadora de doenças como a gastrite, a úlcera
péptica e o câncer de estômago se mostrou resistente aos três
principais antibióticos usados no tratamento da infecção, segundo
estudo realizado pela Universidade do País Basco, na Espanha. Chamada de Helicobacter
pylori, ou apenas H. pylori, a bactéria é conhecida por se
fixar na mucosa gástrica e sobrevive no estômago humano indefinidamente, a menos que seja
tratada.
No estudo, os pesquisadores analisaram os três
principais medicamentos usados contra a H. pylori, e
perceberam uma resistência contra todos – de 20% a 30% em média, índice
considerado muito alto e que preocupa os especialistas. Essa alta resistência,
segundo a pesquisa, estaria associada ao uso indiscriminado e, muitas vezes
indevido, dos antibióticos. São eles: metronidazol, levofloxacina e
claritromicina.
Para chegar a esses resultados, foram analisadas mais
de 4 mil amostras de tecido estomacal dos pacientes que tinham a bactéria,
retiradas a partir de biópsia. Neles, foram identificadas resistência de 20% contra
a levofloxacina, 25% contra a claritromicina e 30% contra o metronidazol. Além
da Espanha, o estudo envolveu outros países da Europa, como Itália, França e
Noruega, e os resultados foram publicados no periódico
científico Antibiotics.
Realidade brasileira
O Brasil segue o padrão internacional de tratamento
com o uso desses três antibióticos, mas não atingiu os níveis de resistência
observados no estudo, de acordo com Décio Chinzon, presidente da Federação
Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e professor assistente da disciplina de
gastroenterologia clínica da Faculdade de Medicina da USP.
“Ainda não chegamos ao ponto de o uso desses remédios se tornar proibitivo, como aponta esse estudo.
Esses níveis de resistência são extremamente preocupantes. Pelo nosso consenso,
se houver resistência acima de 15%, já é recomendado trocar o antibiótico”,
afirma.
FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/
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